terça-feira, 24 de julho de 2012

Consumo de álcool, tabaco e tranquilizantes entre idosos preocupa especialistas


O uso de drogas aparece, em grande parte das vezes, associado à juventude. Mais camuflada, a utilização de entorpecentes na terceira idade é maior do que se pensa, alertam os profissionais do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
"Pesquisas mostram que a juventude é uma fase de experimentação, o que não significa que ela seja a maior consumidora", diz Antônio Albernaz, do Nepad. "Há muitos casos em que o uso é feito de forma 'equilibrada', ou seja, não causa prejuízos sociais e, por vezes, nem a família sabe", completa. "Em todos os casos", diz o médico, "as drogas lícitas, como o álcool, o tabaco, seguidas pelos tranqüilizantes, são as mais consumidas".
Na opinião dele, existe uma visão equivocada sobre as drogas, veiculada pelas autoridades, pelos governos, pela mídia e pela sociedade". Essas instituições, assim como o público leigo, ajudam a espalhar uma imagem sensacionalista do problema, que culpa o usuário por um processo em que toda a sociedade é cúmplice.
"É a sociedade que cria as condições adversas", diz Antônio. Afinal, é ela que, ao mesmo tempo em que rejeita o consumidor de drogas, facilita a venda do produto, deixando de debater sobre os conflitos econômicos que ocorrem no mercado das drogas e de procurar novas soluções. "Depois busca um tratamento para o dependente", critica.
Para Albernaz, o que o usuário de drogas com problemas sociais e de saúde precisa, em qualquer idade, é de acolhimento que o ajude a alcançar novos objetivos de vida. "Não existe ainda suficiente informação, discussão e organização social que permita a formulação de uma política bem fundamentada", afirma.

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