sexta-feira, 22 de junho de 2012

Dieta, saúde, higiene e educação explicam longevidade japonesa




Tóquio, Japão. O Japão tem a maior média de expectativa de vida do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), e o segredo não é somente a alimentação, como se pensava.

Segundo Kenji Shibuya, professor do departamento de política global de saúde da Universidade de Tóquio, as razões da longevidade japonesa têm tanto a ver com o acesso a medidas de saúde pública quanto a uma dieta equilibrada, educação, cultura e, também, atitudes de higiene no dia a dia.

O especialista estudou vários aspectos da cultura, da política e da economia japonesa que influenciam na forma de viver da população. "A expectativa de vida do japonês aumentou rapidamente entre os anos 50 e 60, primeiramente, por causa da queda da taxa de mortalidade infantil", explicou Shibuya.

Depois, as autoridades concentraram esforços para combater a mortalidade adulta. O resultado positivo foi, em grande parte, consequência dessa política de saúde adotada pelo país. Hoje, no Japão, ao nascer, um bebê pode esperar viver até 86 anos se for uma menina, e quase 80 se for menino.

Mas os japoneses nem sempre tiveram a perspectiva de viver tanto tempo. Em comparação com dados de 1947, houve um salto de mais de 30 anos na expectativa de vida de uma pessoa.

Esse crescimento começou no fim da década de 50, quando o país passou a experimentar um desenvolvimento econômico acelerado. O governo começou a investir em ações de saúde pública, introduzindo o seguro nacional de saúde em 1961, tratamento grátis para tuberculose e infecções intestinais e respiratórias, além de campanhas de vacinação.

Uma das principais ações foi a redução das mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC). "O controle da pressão arterial melhorou através de campanhas como a de redução do consumo de sal", diz Shibuya.

Ele identifica como fatores para a longevidade a herança cultural de cuidados com a alimentação e a prática de atividades físicas. Além disso, os japoneses dão uma atenção à higiene em vários aspectos da vida diária, como a velha tradição xintoísta de purificar o corpo e a mente antes de se encontrar com outras pessoas. "Por fim, a comida japonesa tem benefícios nutricionais balanceados, e a dieta da população tem melhorado de acordo com o desenvolvimento econômico ao longo das décadas", diz.
Desequilíbrio demográfico é o próximo desafio do governo
Tóquio. O lado negativo do sucesso do Japão em conseguir manter a população saudável é o desequilíbrio populacional.

Até agora, cerca de 24% da população tem mais de 65 anos. Mas cálculos do governo apontam que, em 2060, a porcentagem de idosos será de 40%, numa população que se reduzirá dos atuais 127 milhões para 87 milhões.

Segundo o estudo, a expectativa de vida deve aumentar ainda mais, chegando a 84 anos para homens e 90 para as mulheres.

"O rápido envelhecimento da população japonesa é um desafio para o sistema de saúde do Japão em termos de financiamento e qualidade dos cuidados", aponta o professor Kenji Shibuya.

Outros desafios que o Japão enfrenta são altos índices de alcoolismo, tabagismo e suicídio, problemas gerados em parte por causa do aumento do desemprego e do prolongamento da crise econômica.
Fonte: o Tempo

domingo, 17 de junho de 2012

Os alimentos probióticos combatem gripe em idosos


Estudo do Instituto Pasteur aponta que o consumo de leite fermentado aumenta a eficiência da vacina contra a gripe em idosos.
Um estudo do Instituto Pasteur, de Paris, publicado na revista científica “Vaccine” e ainda não divulgado no Brasil, aponta que o consumo de alimentos probióticos, que contêm bactérias benéficas para a mucosa intestinal, podem aumentar a eficiência e amenizar os efeitos colaterais da vacina contra a gripe em idosos.
A pesquisa, realizada em conjunto com a Universidade de Paris, em mais de 30 lares de idosos na França, investigou o efeito do consumo regular de uma bebida láctea fermentada, contendo o probiótico Lactobacillus casei defensis bre. Descobriu-se que esse tipo de alimento gera respostas de anti-corpos específicos para a vacinação contra o vírus Influenza, causador da gripe. “Fortalece a parede do intestino, onde estão grande parte das células de defesa do organismo. Tem sido atualmente muito difundido na medicina para aumentar a capacidade do sistema imunológico”, explica o infectologista Artur Timerman do Hospital Albert Einstein.
A eficácia da vacina contra a gripe é duas a quatro vezes menor em idosos. Estudos variados afirmam que, em adultos jovens e saudáveis, a vacina contra a gripe é eficiente em 70% a 90% dos casos. Mas essa eficácia é reduzida para 17% a 53% em homens e mulheres acima dos 60 anos, além de crianças e gestantes que possuem sistema imunológico naturalmente mais debilitado e ainda estão mais suscetíveis aos efeitos colaterais do medicamento. “Algumas pessoas, nas primeiras 48 horas depois da vacinação, podem ser acometidas por febre e dor de cabeça”, diz Helena Sato, diretora de imunização da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a gripe afeta cerca de 600 milhões de pessoas por ano, provocando nada menos que meio milhão de mortes e milhões de internações. No Brasil, estima-se que o vírus da gripe infecte, por ano, entre 10 milhões e 18 milhões de pessoas, sendo responsável por 22 mil mortes. “Os custos podem ser drasticamente reduzidos com a descoberta, pois, no passado, já se chegou a aplicar doses duplas da vacina em idosos para potencializar os efeitos preventivos”, afirma Timerman.
A tendência é a preocupação com o efeito da gripe em idosos aumentar. Estudo do Banco Mundial estima que a população idosa do Brasil, cerca de 20 milhões, triplicará até 2050.

Fonte: Site da Tercerira Idade

Azeite de oliva ajuda a prevenir infartos cerebrais



Uma dieta rica em azeite de oliva pode proteger idosos dos infartos cerebrais, que são a terceira causa de morte nos Estados Unidos depois das doenças cardíacas e o câncer, segundo um estudo publicado pela revista “Journal of Neurology”.
Os infartos são mais comuns à medida que as pessoas envelhecem, quando o risco se duplica por cada década de vida depois dos 55 anos de idade, segundo a Associação Cardíaca Americano.
“Nossa pesquisa indica que deveriam emitir um novo conjunto de recomendações dietéticas para prevenir os infartos nos idosos de 65 anos”, disse a autora do estudo, Cecilia Samieri, da Universidade de Bordeaux e o Instituto Nacional de Pesquisa Médica.
“O azeite de oliva seria uma forma barata e fácil de ajudar a prevenir este tipo de doença”, diz a pesquisadora. Os cientistas revisaram os registros médicos de cerca de sete mil idosos de 65 anos, nas cidades francesas de Bordeaux, Dijon e Montpellier. Os pacientes, no início do estudo não tinham histórico de infartos.
Os participantes fizeram exames de acompanhamento dois, quatro e seis anos mais tarde e se registraram e verificaram os incidentes de infarto. Aos cinco anos tinham registrado entre esses pacientes 148 infartos.
Para o estudo se classificou o consumo de azeite de oliva nas categorias de “não uso”, “uso moderado”, “uso intensivo” o qual inclui o uso de azeite para cozinhar, como tempero ou com pão.
Após considerações sobre dieta, atividade física, índice de massa corporal e outros fatores de risco para o infarto, o estudo encontrou que quem tinha usado azeite de oliva, regularmente, para cozinhar ou como acompanhamento, mostrava um risco 41% menor de infarto comparado com quem jamais tinha usado azeite de oliva em sua dieta.
O estudo lembra que o consumo de azeite de oliva foi vinculado com efeitos beneficentes contra fatores de risco cardiovascular tais como diabetes, alta pressão sanguínea, colesterol alto e obesidade.

Fonte: Site da Terceira Idade

Como ter uma vida social na terceira idade


Quando uma pessoa da terceira idade perde um cônjuge, um amigo ou até mesmo um animal de estimação, pode ser fácil perder a perspectiva da vida. É comum o indivíduo chegar até um estado de solidão e reclusão na qual elas param de se relacionar com pessoas que eram importantes no dia-a-dia. Os filhos já seguiram seu caminho e geralmente estão envolvidos com suas vidas e problemas, e assim não podem mais passar muito tempo com seus pais. Conviver com a solidão e perda na terceira idade é muito difícil, mas não é impossível retomar uma vida social ativa. Uma boa postura é um fator importante, assim como aproveitar as oportunidades que aparecerem pela frente. A seguir, você verá dicas para te ajudar a começar uma nova vida social intensa, para que possa voltar a viver sua vida com alegria e plenitude.
1. Determine quais atividades você gosta de praticar. Se a sua perda fez com que você perdesse o gosto pelo seu hobby, recomece tudo de onde parou, com a ajuda de um clube local, um grupo ou uma igreja – ou até mesmo na internet ou pesquisando na biblioteca local. Use o jornal local para ficar informado sobre eventos que te interessam. Visite aulas na universidade sobre assuntos que possam aguçar sua curiosidade e amplie seu conhecimento.
2. Mantenha a forma física. Embora atividades físicas muito intensas não sejam mais uma opção, certamente nada impede que você continue a praticar atividades físicas moderadas. Certifique-se de consultar um médico antes de iniciar qualquer tipo de treinamento.
3. Encontre um amigo. Se estiver relutante em ir sozinho, existem organizações voluntárias que podem lhe ajudar a conseguir transporte. Lembre-se que o transporte público para cidadãos com mais de 65 anos é gratuito. Aos poucos, a timidez de sair sozinho passará.
4. Fique aberto a novas sugestões. Isto pode ser não muito confortável no início, especialmente se envolver tecnologias novas. Pense em tentar novas atividades que sejam possíveis no seu estado físico e que você considere interessantes. Evite reagir negativamente a sugestões de pessoas a sua volta que podem estar tentando lhe ajudar. Pense bem antes de rejeitar idéias novas. Talvez você descubra algo tão interessante que você vai desejar ter conhecido antes.
5. Torne-se um mentor de pessoas mais jovens. Pessoas jovens gostam de aprender e adorarão descobrir o conhecimento acumulado que você tem. Ofereça seus serviços no clube para dar palestras, ensinar ou servir de guia em passeios ao museu, parque, zoológico. Pessoas de idade são respeitadas por seu conhecimento. Valorize-o e compartilhe-o com os outros.
6. Mantenha uma atitude positiva. A dor sempre estará lá; é parte da natureza de uma perda. Você merece sempre o melhor, depois de dar tanto de si para o mundo. Mantenha um sorriso sempre. Sorrir dispara reações químicas no seu cérebro que ajudam a levantar o ânimo. Alugue um filme alegre para assistir em casa. Veja programas humorísticos na tv ou compre um livro de humor.Redescubra seu senso de humor e seu bem-estar vai melhorar muito; isto se torna mais importante quanto maior for a tristeza em que você estiver.
7. Pense grande. Pesquise na internet para ver o que as pessoas idosas estão fazendo de mais desafiador: atravessar o país de bicicleta, escrever um livro, entrar em competições esportivas, etc. Tudo isso é possível quando você tem uma atitude positiva. Seus sonhos são tão grandes quanto você conseguir sonhá-los. E aquelas coisas que há muito você havia prometido a si mesmo? Talvez hoje seja o dia de torná-las reais.

Fonte: pt.wikihow.com

Jogos eletrônicos ajudam a melhorar o desempenho cognitivo e motor dos idosos


À medida que as novas tecnologias avançam, os jogos eletrônicos passam a ser utilizados não somente para entretenimento, mas como instrumentos de apoio na melhora da qualidade de vida de idosos. “As pessoas na maturidade podem aprender e estimular a mente e os músculos brincando”, explica o médico e pesquisador do envelhecimento humano, Virgílio Garcia, que tratará deste assunto no 18º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG), dias 22 a 25 de maio, no Rio de Janeiro.
De acordo com Garcia, os videogames que combinam jogos com exercícios ajudam a melhorar o desempenho motor e podem diminuir os sintomas de doenças como depressão. O idoso vivencia movimentos realizados em lutas, partidas de golfe, tênis ou boliche. “A pessoa exercita diferentes partes de seu corpo como dedos, mãos, braços, pernas e cabeça, e trazem resultados positivos em relação à coordenação motora do jogador”, relata.
Há também jogos eletrônicos para exercícios de memória, como quebra cabeças, que se mostram eficazes na saúde cognitiva dos idosos. Garcia explica que a memória é solidificada, formada e reformulada com o passar dos anos, entretanto, a velocidade de captação e distribuição são alteradas na medida em que envelhecem, mas podem melhorar muito com o uso das novas tecnologias voltadas ao entretenimento, como sites de jogos interativos.
Atualmente, a prática de jogos eletrônicos para pessoas na terceira idade tem adeptos de todo o mundo, como no Mississipi (EUA), onde freiras têm uma sala com computadores onde jogam todos os dias. “No Brasil temos buscado incentivar a prática, para manter nossos idosos ativos, que também evita quedas, bastante incidentes nessa faixa etária”.
Em Paris (França), moradores de um asilo fazem exercícios por intermédio do videogame. No Japão, os idosos estão tomando conta das casas de jogos, lugares geralmente frequentados por adolescentes.
Pesquisas sobre o tema
Duas pesquisas foram feitas nos EUA para definir o efeito da atividade. O Instituto Sam e Rose Stein para Pesquisa de Envelhecimento da Universidade da Califórnia, nos EUA, revelou que os exergames (videogames que combinam jogos com exercícios) podem diminuir em até 50% os sintomas da SSD (Depressão Subssindrômica, em tradução livre) em idosos.
Já pesquisadores da North Carolina State University, EUA, notaram uma melhora significativa na habilidade espacial e atenção para os participantes que apresentaram baixa pontuação nos testes feitos antes dos idosos praticarem nos jogos.

Fonte: MaxpressNet

Terceira idade pode se tornar excelente momento para empreender


Há muito tempo a chegada da terceira idade não é mais sinônimo de ficar em casa. Com o aumento na qualidade de vida das pessoas que alcançaram os 60 anos, é cada vez maior o número de empreendedores nesta faixa de idade.
De acordo com o Relatório GEM (Global Enterpreneurship Monitor), com dados de 2010, cerca de 1,4 milhão de empresas brasileiras em fase incial (com até 42 meses de existência) são geridas por indivíduos entre 55 e 64 anos. Deste total de empresários, estima-se que mais de 650 mil estejam acima dos 60 anos.
Para o gerente de inovação do Sebrae Nacional, Enio Pinto, a maturidade é uma oportunidade única para empreender, pois é o momento em que, em sua maioria, as pessoas estão se aposentando e os filhos são independentes.
“Nesta fase da vida, o indivíduo se libertou de algumas responsabilidades e tem menos gente dependendo dele. É um ótimo momento para empreender porque ele pode voltar a correr riscos.”
Segundo Enio Pinto, na terceira idade os empreendedores tem um conjunto de características chamada pelos especialistas de CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude).
Segundo ele, esse momento favorável ocorre apenas 2 vezes ao longo da vida. A primeira delas, na faixa dos 18 e 24 anos, quando o jovem está na faculdade ou é recém-formado, não casou e ainda não constituiu família. A segunda, quando chega à maturidade.
“Nos dois casos, temos pessoas com muita informação. O jovem porque está cursando ou acabou de sair da faculdade e na maturidade porque acumulou experiência ao longo da vida”, afirma.

Empreendedor maduro busca realização pessoal
De acordo com Enio Pinto, depois dos 60 anos, os empreendedores já acumularam patrimônio considerável e dessa forma optam por abrir um negócio com objetivando a satisfação pessoal. Neste caso, a realização é um estímulo maior do que a rentabilidade e o lucro.
“Normalmente, para os mais velhos, aquilo que era um hobby ou um sonho antigo se torna uma atividade profissional. A preocupação maior é a própria satisfação e não a compra de novos bens”, diz.
Os mais jovens, por sua vez, querem a independência e ainda não alcançaram seu patrimônio. Para eles, a lucratividade é o que mais os motivam a empreender.
Como desvantagem dos empreendedores mais maduros, o gerente de inovação cita o risco de problemas de saúde associados à idade, mas destaca que a qualidade de vida para os idosos melhorou.
“Se a pessoa tiver energia e se manter atualizada ao longo do tempo, só vejo pontos positivos para este empreendedor. Ele tem a seu favor todos os aspectos para o sucesso do negócio.”

Projetos incentivam empreendedorismo na terceira idade
Em Santa Catarina, as pessoas da terceira idade têm um incentivo a mais para abrir um negócio próprio. O estado conta, ao menos, com dois projetos que incentivam o empreendedorismo. Um deles é o Projeto Idoso Empreendedor, criado em 2007 pelo Sesc-SC, entidade que oferece programas e serviços voltados à cultura e ao lazer.
As atividades tem como foco a inclusão social das pessoas acima de 60 anos, através de dinâmicas, debates e o uso da informática. Os encontros acontecem duas vezes por semana durante o ano todo e para participar é preciso pagar mensalidade de R$ 25.
Com uma metodologia semelhante, a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) criou a Oficina de Empreendedorismo, um curso com 6 meses de duração ministrado pelo Neti (Núcleo de Estudos da Terceira Idade).
De acordo com a professora da oficina, Ana Lúcia Serraresi, nas aulas os alunos aprendem noções de empreendedorismo e aqueles que demonstram mais interesse em abir um negócio são encaminhados para outros serviços, como o Sebrae.
“Nós apresentamos alguns conceitos e os próprios alunos detectam suas habilidade e o que é importante para eles.”

Fonte: Uol Economia

Porcentagem de idosos mais que dobra no Brasil em 50 anos


Nos últimos 50 anos, a população brasileira quase triplicou: aumentou de 70 milhões de pessoas em 1960, para 190,7 milhões em 2010. O aumento do número de idosos, no entanto, foi maior ainda. Em 1960, havia 3,3 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais e estes representavam 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões (8,5% dos brasileiros) estavam nessa faixa etária. Nos últimos dez anos o salto foi grande, e em 2010 este número passou para 10,8% da população (20,5 milhões de pessoas). A comparação feita se baseia nos censos demográficos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 1960, de 2000 e de 2010.
O envelhecimento da população é uma tendência tão forte que até os critérios do IBGE tiveram que mudar. Em 1960 todas as pessoas com 70 anos ou mais eram inseridas na mesma categoria. Já nas pirâmides etárias de 2000 e 2010, as faixas etárias foram separadas a partir dos 70 anos de cinco em cinco anos até os 100.
“O Brasil ainda é um país com a maior parte da população jovem, ainda temos alto percentual de jovens no mercado de trabalho, mas temos que nos preparar para o envelhecimento da população, principalmente em relação à pressão sobre a Previdência. Entre as iniciativas válidas está a de apoiar a implantação de recursos com Previdência complementar.
“Precisamos pensar e criar mecanismos que façam com que o sistema seja mais sustentável”, afirma Bárbara Cobo, pesquisadora de indicadores sociais do IBGE.
Ana Amélia Camarano, do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), concorda. “O país está se preparando para este cenário futuro, mas ainda há muito para ser feito”, diz ela.
Há pouco tempo, o Congresso aprovou um novo fundo complementar para o servidor público federal visando a redução do déficit da Previdência. O projeto ainda necessita da sanção da presidente Dilma Rousseff. Há outro projeto em discussão no Congresso para mudar o fator previdenciário, instrumento que visa reduzir o valor do benefício de quem se aposenta antes dos 65 anos, no caso de homens, ou 60, no caso das mulheres. Esse projeto pode deixar os gastos do governo maiores e, por causa disso, uma proposta que extinguiu o fator foi vetada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Bárbara, a maior parte da população idosa do país está concentrada próxima a centros urbanos. “São regiões com maior disponibilidade de serviços médicos de qualidade e também uma rede social com atividades de lazer, culturais e religiosas que geram um maior envolvimento dessa faixa etária na sociedade”, diz.
Um dos fatores que indicam esta mudança na pirâmide etária é a diminuição da taxa de fecundidade, publicada no dia 27 de abril, além de outros dados do Censo Demográfico 2010. A queda está fazendo com que o gráfico que separa os habitantes por idade fique cada vez menos triangular. Censo após censo, ele fica mais volumoso na parte central, que representa a população em idade adulta, e começa a diminuir na base, onde ficam as pessoas mais novas.
“O envelhecimento da população é uma tendência e grande parte dos países desenvolvidos já chegou nessa etapa, decorrentes do maior desenvolvimento social e do aumento da expectativa de vida. Isso é resultado do avanço da medicina, de melhorias no saneamento das cidades, da diminuição da taxa de fecundidade, dentre outros fatores”, afirma Bárbara Cobo, do IBGE.
Em 2010 no Brasil, cada mulher tinha em média 1,9 filho. Foi a primeira vez que o número foi inferior ao chamado nível de reposição – 2,1 por mulher –, que garante a reposição das gerações. Em outras palavras, a manutenção dessa tendência deve provocar a redução da população do Brasil nos próximos anos.
O número caiu 20,1% durante a última década. Em 2000, cada mulher tinha em média 2,38 filhos. Há 50 anos, a taxa de fecundidade era de 6,3 filhos por mulher – mais que o triplo do número atual.
“Nos próximos 30, 40 anos, essa tendência de envelhecimento da população no Brasil é praticamente irreversível, a menos que a fecundidade volte a aumentar, e muito”, conclui a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea. “Isso acontece pois a taxa de fecundidade caiu muito desde os anos 90 e a taxa de mortalidade nas idades avançadas também caiu”, diz ela.
“Alguns países com aumento da população idosa começaram a criar políticas públicas de incentivo para as mulheres terem mais filhos. O ideal, para repor a população do país, seria que cada mulher tivesse 2 filhos”, afirma Bárbara.