terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O idoso e a família



A importância da família na vida do idoso começa desde a sua infância e adolescência, onde existe a proteção, o carinho e a educação. Continua com o apoio em diversos momentos da vida, na formação, no equilíbrio afetivo e no desenvolvimento físico e social. É através deste habitat que o ser humano cresce e se desenvolve, atingindo a vida adulta, onde sai do ninho para construir a sua própria família.
Família esta que é adicionada por pais maternos e paternos, avós e tios…, onde encontramos pessoas com idade maior de 60, 70, 80 e até 90 anos, as quais podem apresentar-se independentes ou não, com autonomia ou acamadas, com quadros de demência ou ainda gestores financeiros para a nova família. Nossa, quantas mudanças na vida de um ser humano, mudanças na qualidade de vida, na afetividade, nos novos relacionamentos e na própria construção do novo seio familiar.
Dentro da família a pessoa é vista por ser ela mesma,independente da utilidade econômica, política ou social, ela é única, sem máscaras, na sua intimidade, faz parte da família sempre.
O idoso é visto como o principal membro da comunidade familiar, pois ele representa uma história de vida, a história daquela família, como se codificasse um gene, a biografia.
É na família que o idoso necessita de cuidados, apresenta as suas manias e acaba por envolver a família em torno de si, leva os mais jovens a olhar não só para si como também para tudo a sua volta. É neste momento que observamos o carinho dos netos ou mesmo de um filho para a sua avó querida.
E a família pode vir a se deparar com o idoso sadio ou com o idoso doente, onde existe um acometimento de alguns órgão e que acabam por levar o idoso a um grau de dependência , onde o apoio familiar é de suma importância.
É indispensável para a família saber de tudo que se passa com os seus familiares, principalmente quando este é idoso e esta com algumas doenças, utilizando muitas medicações e com alteração nas atividades de vida diária. É no seio familiar que são decididos como o idoso vai ser cuidado e quem irá ser o responsável, aquele que não só vai cuidar como também vai reportar o quadro para todos os familiares. É através do convívio familiar que muitas doenças são relatas, quando bem observados os costumes e o dia a dia do idoso. Por exemplo quando ele fica confuso, com febre e o cuidador leva ao hospital e o paciente apresenta um quadro de infecção urinária e depois de medicado melhora e para os sintomas. Nesse caso não é o paciente que relata e sim o familiar.
Porém nem todo idoso se adapta facilmente a um quadro que leve a mudança no ambiente , onde as alterações podem levar incapacidade de aceitar uma situação, como por exemplo na viuvez em que além das alterações psíquicas existe as alterações financeiras, mudança para morar com um outro filho, perda de sua individualidade e algumas vezes o sentimento de inutilidade e de peso para o familiar.
A aposentadoria, as perdas funcionais e sociais levam muitas vezes o idoso a um quadro depressivo, onde a sua baixa auto estima acaba por desestruturar ele próprio e a família.
E agora, o que fazemos quando a estrutura familiar esta comprometida, como devemos ajudar e como devemos orientar sem sermos vistos como profissionais que querem mudar o estilo da vida de uma família. Orientar de maneira que os familiares aprendam a ajudar o idoso a ter de volta a sua vida de uma maneira melhor, melhorando a auto-estima e desse modo ajudando a estruturar a família, levando a harmonia através do apoio e cuidados com todos.
Entretanto nem toda a família tem uma estrutura pronta para receber um idoso debilitado, nem todos tem uma família grande, às vezes encontramos idosos que vivem sozinhos, pois não tem a quem procurar, ou não tiveram filhos, ou estão brigados a anos com a família, ou todos já se foram de sua vida. Alguns tem a sorte e formam novos elos, os seus vizinhos , os seus amigos acabam por se tornar o cuidador, aquele que olha com carinho e dá o apoio, porém a falta da estrutura familiar fica como uma marca.

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